Nilton Souza: Fotógrafo ou Poeta Visual ? Pode ficar com os dois… Parte 2
B.B. (Beto Benjamin): Essa história de fotografia começou na barriga de sua mãe? Conte aí…
Nilton: Foi na minha adolescência. O amigo Sócrates, lá na rua onde morávamos, bairro da Saúde, tinha uma câmera fotográfica, uma Beirett – que eu gostava – mas nada ainda que tivesse me tocado. Até que um dia resolvemos sair juntos para fazer umas fotografias. Eu, aos 15 anos, já trabalhava numa empresa – de mármores – lá na Calçada, Cidade Baixa, em Salvador. Trabalhava de dia e estudava à noite, no SENAC, perto da Rua Chile. Feitas as fotos, peguei o filme e levei para revelar no Zito, lá na Rua Chile, 7. Seu moço, três dias depois, quando fui buscar o resultado, um negócio aconteceu comigo!… Minha curiosidade para ver as fotos reveladas era tão grande – mas tão grande – que saí correndo do Terminal da França até a Rua Chile passando pelo Elevador Lacerda. Mas, correndo pra valer mesmo!
A partir daí disgramou ! O bicho me mordeu! [rs]
[“disgramou” é inocente expressão baiana que significa “f…”]. Nota de B. B.
Saí dali para comprar a minha câmera e comecei a fotografar, brincando. Posteriormente comprei uma Yashica “Minister D”, uma câmera mais sofisticada. Comecei a me interessar verdadeiramente pela fotografia, a ter mais curiosidade. Tempos depois, adquiri uma Asahi Pentax Sportmatic II. Rapaz, comprei essa câmera num sábado e fui até terça-feira seguinte dormindo altas madrugadas: experimentando, imaginando as possibilidades e explorando o seu potencial. Era um equipamento maravilhoso para aquela época… Além de fotografar, comecei também a revelar as fotos, comprei um ampliador com “seu” Marotta, da Casa Lamar, e mergulhei de cabeça no assunto. Fotografava qualquer coisa que aparecesse: eventos sociais, festa de amigos. Até que um dia a empresa Magnesita – que era nossa vizinha de sala, e eu no meu segundo emprego no bairro do Comércio – me chamou para fotografar a inauguração do seu terminal marítimo de minério. Ora, se eu ia perder uma chance dessas!?… Pedi permissão ao meu patrão e fui lá fazer as fotos.
Pensei que eles fossem comprar 20 ou 30 copias 20×25 cm. Me pediram entre 300/400 fotos… Aí eu disse: “Vixe Maria … Esse negócio aqui é bom. Tem mercado.” Me empolguei na hora. E continuo até hoje…
Comecei a estudar de verdade a arte da fotografia. Tinha um livro (e tenho até hoje): o “Tratado de Fotografia” de autoria do M. J. Langford. Li profundamente com o maior interesse tudo onde via a palavra “Fotografia”… Queria aprender mas, também, tomar uma decisão: estava estudando – tomando curso pré-vestibular… Entretanto, a possibilidade real de ganhar dinheiro me atraía enormemente e – ao mesmo tempo – me amedrontava tremendamente. A profissão não era estável; ao contrário, era inconstante, insegura… Até que, um dia, fui receber um pagamento no Consórcio Mendes Júnior-Campenon Bernard. Lembra? Você trabalhou lá, na construção das plataformas de perfuração e produção de petróleo para a Petrobras. Foi lá que nos conhecemos. Pierre Lazzaroto – aquele francês que você também conhece – me mostrou umas fotos da plataforma que estava sendo construída e perguntou: “Que tal?” Eu olhei, olhei, virei prá ele e disse: “Pierre, eu faço melhor que isso”. Ele respondeu : “Ah é?” “Então mostre! Faça uma proposta e mande. Prove que faz mesmo”. Aí, não deu outra. Fui lá no canteiro de obra e fiz.
Essa prova para o Pierre não foi muito fácil: tinha que por uma placa com a data da foto na plataforma – numa posição complicada – com um certo ângulo para sair na foto… Ai meu Deus do céu! O fato é que o Pierre me disse, também, que a empresa que fizera as fotos até então estava com problemas e que o Consórcio ainda teria dois anos de trabalho pela frente. Então, pensei: o contrato com o Consórcio me permitiria ganhar muito mais do que ganhava no emprego com o “seu” Zé Vicente – uma construtora pequena que trabalhava com estradas. Lá, eu cuidava da administração e organização fiscal. Tomei minha decisão: optei por não fazer a faculdade. Contei a situação para Zé Vicente, treinei uma pessoa para me substituir e “me piquei”. Curioso é que, mesmo saindo, ele ainda me deu uma gratificação.
Naquela época no Brasil, as Importações eram muito dificultadas. Com o dinheiro na mão, embarquei para a Zona Franca de Manaus, comprei uma Hasselblad e uma Nikon. Fiquei muito feliz com essas aquisições e foi assim que comecei a minha vida como fotógrafo profissional.
Além desse contrato firme de fotografia com o Consórcio das plataformas, logo se iniciava a implantação do polo petroquímico de Camaçari – BA com suas empresas. Fui conquistando os contratos para fotografar a implantação delas. A Cobafi foi a primeira e, daí por diante, vieram CPC, DETEN, BASF, RHODIA, as primeiras obras para a Odebrecht: o Portoseco Pirajá, o Centro Empresarial Iguatemi, a barragem de Pedra do Cavalo… Depois a OAS, CONCIC. Não parou mais. Sempre fotografando obras industriais. Portanto, além de gostar da atividade, consegui obter o necessário conforto financeiro.
Desde que me entendo por gente, tudo que fiz foi sempre com muito esmero, carinho e dedicação. Me faz lembrar os tempos de moleque, ainda quando, entre 7 e 9 anos, consertava bicicleta para meu irmão Vavá, lá em Varzedo. Eu simplesmente não aceitava que o eixo da bicicleta se mexesse: fazia todos os ajustes para que a folga fosse zero. Queria o eixo perfeito – com essa idade. Imagine!
Tem outra história engraçada: com menos de dez anos, morando no interior, eu fabricava uma tal de “batida paulista” para vender. É… Para vender… Acredita? Minha família tinha um pequeno armazém. A mistura era: cachaça, canela, cravo, mel e limão. Eu fazia, experimentava, deixava “naquele ponto” e colocava para vender no armazém. Como é que pode um garoto – com menos de dez anos – fazer um negócio desse com tanta dedicação, e ainda mexendo com álcool? Pois é. Saquei que a zorra “tava” dentro do meu DNA. Queria fazer sempre o melhor. Não aceitava qualquer coisa.
Fui um adolescente muito solitário. A fotografia foi minha amiga e minha namorada querida, pois, naquele tempo, minhas conversas não tinham retorno. Claro, existiam as namoradas mas não era paixão. Os amigos também não davam retorno às minhas idéias. Lembro, também, a onda dos anos 1960: toda aquela musicalidade, os Beatles com sua música harmônica e envolvente. A Jovem Guarda!… Adorava tudo aquilo e já morava em Salvador. Vim para cá com dez anos.
A fotografia foi, é e sempre será uma paixão!
Quero falar sobre uma das coisas de que me arrependo profundamente: viajei o Brasil inteiro – trabalhando para a Odebrecht e para a OAS – e não fotografei tudo o que deveria… Pode? Fui a todos os estados brasileiros – menos os 3 territórios lá de cima – e perdi a grande oportunidade de clicar tudo o que estava lá embaixo, nos muitos voos que fiz. Atribuo essa falha clamorosa à minha cabeça fechada daquela época. Óbvio que devia ter registrado tudo por onde passei. Salvador, então (a cidade que vivo), nem falar!… Evidente que as empresas que me contrataram não estariam gastando nada adicional se eu tivesse – de passagem – feito as fotos. Em Salvador, só registrei as regiões do Iguatemi, Itaigara e Magalhães Neto. Por que zorra eu não documentei tudo mais?!… Sempre me pergunto. O Horto Florestal?! Veja hoje como está!… A Pituba e tantas outras áreas metropolitanas?… A boa notícia é que, há tempos, consertei esta minha falha… Agora, ao passar por cima, luz bonita, sem nuvem para manchar, sem custo adicional para o cliente, meto o dedo e passo a zorra, fotografo tudo…Algumas vezes – em eventos especiais – eu mesmo banco a contratação do helicóptero, como na inauguração do estádio da Fonte Nova, em dois carnavais, na regata de Saveiros … Ah! Adquiri, com dois amigos, recentemente, um Drone de 8 hélices com Canon 5D III. Fique tranquilo, que seguiremos as normas da ANAC.
Arquivos de fotos gravados e seguramente armazenados. Pronto. São quatro HDs em dois locais diferentes. Só perderei se cair um meteoro sobre Salvador ( Deus nos livre!…). Lembrei: nem se isso acontecesse! Pois em junho de 2014 levei mais um HD de 3TB e deixei em Londres com o meu filho Joás. Ficou lá, lacrado, dentro de uma excelente mala Pelikan. Toda a história está lá armazenada. Se tivesse feito deste o inicio – trinta e nove anos passados -, teria um documento “super” histórico da cidade de Salvador e de muitas cidades brasileiras. Como dizia minha avó Libânia: “Agora é tarde e Inês é morta”.
Nessa longa caminhada na fotografia, devo registrar também que a minha cabeça se abriu. Vejo coisas hoje que não via antes, compreende? Por exemplo: está vendo aquela foto – ali na parede – com duas lagoas secas? Fotografei no Vale do Capivara, perto de Salvador. Ia passando de helicóptero, bati o olho, enxerguei a cena e “pimba”: cliquei. Olha o que saiu depois!? Estranho e diferente não é mesmo? Fiquei até com a impressão que era o “Olhar da Natureza” me surpreendendo [rs]. Não é interessante?
Está vendo aquela outra foto, daquele navio, lá, perto da porta? [“Navio Entrando no Porto de Salvador”. Abaixo]. Pois bem, considero aquela foto uma sintonia quântica ou cósmica. Sorte. Sorte. Sorte. Conexões inexplicáveis: estar lá em cima na hora certa e aparecer aquilo na sua frente: o arco-íris. É para se encantar mesmo, não é? Naquele dia – me lembro como hoje: o cliente ligou à tarde, todo afobado, e ordenou: “Você tem que fotografar os três navios entrando no Porto amanhã às sete da manhã, viu? Não pode falhar”. O céu, justo naquele dia, amanheceu todo nublado. Então, eu disse para mim mesmo: “Meu Deus, como vou fotografar dessa maneira e atender ao cliente com uma foto de qualidade?” Não tendo outra alternativa, peguei o helicóptero e subi.
De repente, um buraco se abre nas nuvens, o horizonte azula, surge um belo arco-íris sobre o navio e luz em cima dos prédios junto ao porto. Você gostou do resultado? Eu achei fantástico. O cliente, fascinado!
B.B.: A que você atribui essa conjunção de fatores que, de repente, acontece nas suas fotografias?
Nilton: Minha mãe falava há cinquenta anos atrás – inclusive, está rolando isso de novo – sobre o poder do pensamento positivo. É acreditar e ir conferir. Faço sempre, nem titubeio. Aquela outra foto do saveiro, mais uma vez foi assim: subi, peguei o helicóptero por minha conta; de repente, o vento vem, sopra e parece que surgem desenhos atrás que jamais imaginei. Acaba sendo uma coisa mágica, que me deixa encantado.
No livro que publiquei agradeço as coincidências: as que aconteceram e as que acontecerão na minha vida.
B.B.: Você é daqueles que pensam que quem procura acha?
Nilton: Certamente… [rs]. Mas acho que tem que ter a “Força”. Não pode pensar que vai dar errado. Tem que acreditar que vai dar certo. Digo sempre ao Dourado, meu parceiro do drone: ” Rapaz esqueça: Duvidar para que? Tem que pensar que vai dar certo, que vai dar certo e que tem que dar certo”. Tudo aqui na Terra, na essência, é partícula. Energia. Aqui, na nossa cabeça mesmo, são só conexões, sinapses… Veja! O livro que você me indicou: A Ilha do Desconhecimento de Marcelo Gleiser, achei muito interessante. O Gleiser é um cientista de cabeça aberta. Amo o dizer: “Há mais mistérios entre o céu e a terra do que a vã filosofia dos homens possa imaginar”, dito há tanto tempo por ninguém menos que William Shakespeare. Acredito nisso piamente.
B.B.: Você encontrou nas empresas, pessoas que souberam reconhecer e valorizar o seu trabalho, além das questões meramente comerciais de preço de um serviço?
Nilton: Posso afirmar, sem dúvida alguma, que sempre encontrei pessoas que reconheciam o valor do meu trabalho. Você mesmo – Benjamin – é uma delas …Houve muito isso! Posso me orgulhar de uma coisa que me dava e me dá muita alegria: eram os clientes que me procuravam. Comentavam entre si, trocavam figurinhas, passavam as impressões de um para o outro – o famoso boca a boca – e, para minha felicidade, acabavam vindo a mim.
Atualmente, com o avanço da tecnologia, as facilidades de ter uma boa câmera, fotografar, reduziu um pouco o volume de procura por esse trabalho. Também tem o padrão de exigência: Brasil. Já notou quantos prédios e colunas verticais são fotografadas de forma torta, caindo para o lado? Arquitetos com quarenta anos de historia, livro cheio de patrocinadores, belos projetos e a maioria das fotos horrivelmente tortas. Não consigo entender! Posso também afirmar – sem falsa modéstia – que atingi um padrão de qualidade que não vale a pena sair para fotografar qualquer coisa a qualquer preço.
Surgiram outros métodos de divulgação da fotografia , e tenho que estar atualizado, planejando sempre os próximos passos. Estou aqui mas sempre organizando, pensando nos livros – devem sair mais dois este ano – no site, em meus painéis para decoração de ambientes e em outras criatividades. Devo permanentemente estar sintonizado com a evolução.
B.B.: Como foi que você passou de fotógrafo de obras industriais para fotógrafo da vida, da natureza, das cidades, das pessoas?
Nilton: Lembra que certa vez lhe disse: a minha mente fez “BUM!”, abriu-se. Pois é… Eu não “enxergava além”, só mirava a obra ou a indústria a ser fotografada. Via apenas uma única direção: tenho que fotografar o desenvolvimento da obra, da fábrica tal e pronto. Eu não parava para olhar ao meu redor. Era só a missão contratada. Foram muitos voos em helicópteros e aviões: três, quatro, seis horas num helicóptero e a possibilidade de erro tinha de ser zero.
O tempo passa… A minha preocupação com a prata utilizada nos filmes acabar – estou me referindo ao metal – e “adeus filme” (dá para acreditar?) foi superada com a chegada da captura digital e, simultaneamente, a abertura da minha cabeça. Comecei a ver, a enxergar além.
Outro dia estava, passando pela Av. Vasco da Gama, olhei para o lado e vi, na raiz da árvore, uma certa forma sensual. Pode? Ainda bem que estava com a câmera perto. Recentemente adicionei em meu novo site, uma área chamada “Galeria”. São as minhas criações via cabeça mais aberta: detalhes dos saveiros e outras abstrações. Estou tratando e selecionando fotos para fazer um livro com as que considero mais criativas, mais pessoais. Tenciono enviar para certas galerias no Brasil e mundo afora, para serem analisadas. Ver se meu olhar, minha forma de enquadrar, de criar, tem condição de um reconhecimento mais abrangente. Além do mais: livro é livro ! Cada um tem sua maneira de fotografar: borrado, tremido. isso é a visão do artista. Nas minhas fotografias procuro sintonizar com o “Código Secreto” – o livro do Priya Hemenway – uma fonte de sabedoria. Procuro fazer com que a composição da foto seja agradável para os olhos. A Mãe Natureza usa formas mágicas. Então isso requer uma grande dedicação, e também sensibilidade. Quer ver uma coisa deste mundo moderno? Alguém faz uma foto completamente sem foco, sem enquadramento, nem nada… Mas foi o famoso fulano de tal quem fez: é a arte. Chama-se “Arte Contemporânea”, do fulano de tal. Bem, não é o meu ponto de vista, não é minha linha!
A minha arte é outra: é o meu olhar criativo de hoje com toda a técnica que aprendi e continuo a aprender no dia-a-dia.
B.B.: Como foi que você fez essa transformação. O que foi que despertou essa mudança?
Nilton: A mudança está totalmente alinhada à tecnologia digital. As incríveis possibilidades quando se captura com, pelo menos, 14 bits, logicamente em arquivos RAW. Vejo, sintonizo, enquadro e clico. No meu monitor – capaz de mostrar 99% do Adobe RGB1998 devidamente calibrado situado numa sala com luz ambiente de 5000K sem interferência da luz externa – começo finalmente a polir o diamante digital.
Me ponho a pensar: “Puxa isso aqui – o céu -, eu posso aumentar a densidade só do azul, clarear só o verde das árvores; posso aumentar esse contraste, buscar detalhes nas sombras. Porque nosso olho tem uma limitação, dependendo da quantidade de luz. Nossa íris abre e fecha. Abre e fecha. Se tem muito brilho a íris fecha. Só que a câmera, além da íris – do abrir e do fechar – tem velocidade da captura, regida pelo obturador sob a sabedoria do fotógrafo. Nosso olho não tem velocidade ou obturador. O piscar é pura lubrificação.
As câmeras mais modernas com captura em 14 ou 16 bits ( 14 bits significa 16.384 tons e 16 bits 65.536 tons ) permitem dar um tempo de exposição mais longo. Hoje temos menos “ruído” nas áreas escuras. Pode-se também trabalhar com múltiplas exposições, buscar detalhes nas áreas mais claras ou nas áreas mais escuras. Para fazer tudo isso tem que saber como manusear a câmera no momento da captura. Não pode permitir que a câmera faça apenas o que foi programado pela engenharia do fabricante. Quando o ambiente exige, tem que ser mesmo na forma “Manual”. Os arquivos capturados em formato RAW são em estado bruto e, assim, quanto mais conhecimento técnico no momento da captura, melhor. Assim tem-se um poder extraordinário para buscar detalhes nas zonas mais claras ou mais escuras. Ou seja: ir aonde sua habilidade, competência, experiência e sensibilidade lhe conduzirem. Pensando bem… tem também o estado de espírito.
Ontem, mesmo, eu fotografava a Regata João das Botas. De repente, o céu estava azul, o mar estava azul. Daqui a pouco o mar estava verde, o céu cinza, nuvens carregadas, chuva e o mar verde. O que é isso? É a natureza. Liguei para uma bióloga minha amiga e perguntei o que era isso? Ela respondeu: são as micro-algas. Pois é. É a natureza.
Mês passado, estava na avenida vindo para cá, pela manhã, e de repente vejo uma árvore – com suas folhas novinhas – com um belo, brilhante e explosivo verde. Noutra passada – sem a bela luz incidente – o verde das folhas tornou-se um verde simples. Ora, tem que estar ligadão para sacar. A pessoa olha a fotografia e diz: Ah, você exagerou. Você interferiu com o Photoshop naquela foto com os nove saveiros juntos… O que foi que eu fiz? Nosso olho num dia nublado, vê a nuvem cinza. Naquela foto com esses nove saveiros, tive a sorte mágica – “a conjunção astral” – de, naquele momento, entrar uma luz. Tudo nublado, e magicamente entrou uma luz em cima deles. Eu, centrado, cliquei. A tonalidade das nuvens em tempo nublado – ou na sombra – capturada pela câmera, tende para o azul. Só que nosso olho não enxerga tal azul, mas cinza, cinza claro, cinza escuro. Então, o que eu fiz? No computador, selecionei as nuvens, eliminei a saturação azulada e harmonizei-as com o olhar… só isso. Ainda me dizem em tom de elogio: “Parece uma pintura”! Uaaaaauuuu !!!
Simples. Mas, o fazer – a alegria de ter o resultado – é tudo.
B.B.: Quer dizer que a luz é o Deus da fotografia ?
Nilton: É a magnifica presença DELE. Quando li sobre a teoria das cordas, quis ir mais fundo… Quando eu escuto a Karen Marie Garrett tocar “The Allure Of Sanctuary” (https://www.youtube.com/watch?v=_pFfWDEDzpM) sinto uma paz incrível… Os acordes são deliciosamente pacíficos e harmoniosos. Escutar uma música dessas é entrar em sintonia com DEUS.
Outro dia, estava ouvindo uma música e, de repente, meus pelos se eriçaram. O que houve? É emocionante. Pura emoção. Ouvir a música e se arrepiar. Tem mais: em outra ocasião no carro, estava indo para o sítio, sozinho, ouvindo música e tive que gritar: “Ahhhhhhhhhhhh”. Aquilo ali era doce energia, pura emoção. Tive que soltar, alegremente aqueles gritos, acho que foram uns três. Vejo um lado assim. O outro lado que vejo como resultado da fotografia, é o que chamo de: “boa energia monetária” .
A energia monetária que vai para a conta bancária que, através de numerozinhos – via senhas -, me permite adquirir saborosos queijos, vinhos, alimentos saudáveis, viajar, o que quer que seja… foi gerada por alegrias e satisfações. Isto é magnifico! A Deus eu agradeço por tal contemplação, tal felicidade. O conforto material, que tenho e desfruto com minha adorável Teresa, é gerado por uma alegria positiva das pessoas que recebem os resultados. Enxergo tudo isso como um ciclo que se completa.
Outro dia, um grande cliente encomendou-me cem fotos para dar de brinde para seus clientes especiais. Logo, ele disse:” Pode mandar uma fatura de 50%.” Eu falei: “Não! Espere aí: Quando você receber, veja se gostou. Depois mando a cobrança.” Para mim, o meu trabalho tem que ser transformado em alegre energia, em satisfação para o cliente…
A entrevista continua no próximo post: A Entrevista – Parte III. A seguir algumas fotos.
GALERIA DE FOTOS POR NILTON SOUZA
- Saveiros em Bordejo no Paraguaçu – BTS
- Velas dos Saveiros
- Velas Coloridas – Saveiros
- Saveiro – Detalhe – Baia de Todos-os-Santos
- Reflexos do Saveiro
- Saveiro – Detalhe – Baia de Todos-os-Santos
- Cidade do Salvador
- Salvador / Carnaval 2015
- Cidade Baixa e Quebra-Mar
- Porto de Salvador
- Forte São Marcelo
- Elevador Lacerda e Cidade Baixa
- Av. Tancredo Neves – Salvador
- Porto de Salvador – Carnaval 2015
- Cidade Baixa ao Por do Sol
- Av. Oceânica – Salvador
- Estádio da Fonte Nova
- Plataforma P59
- Navio Eagle Paraiba
- Chuvas no Bairro da Ribeira
- Transparência do Rio Capivara
- Transparência do Rio Capivara
- Chuva no Verniz – I
- Mangue Seco – Bahia
- Natureza vista do Ar
- Vale do Capivara – Bahia
- Foz do Rio Paraguaçu – Baía de Todos os Santos
- Chuva sobre o mar
- Cordas de Atracação – Saveiros
- Partida de Regata Saveiros.
- Saveiro Solitário
- A Solidão da Árvore
realmente, fiquei feliz c essa entrevista do fotógrafo e poeta visual(os dois) vi um SÊR completamente em harmonia c o UNIVERSO em todos os sentidos pq ele sabe como e onde dirigir sua LUZ…..conectividade absoluta c o cosmo , seus mistérios e energias, tudo isso naturalmente flui…..em NILTON SOUZA……buscou seus sonhos e transformou em realidade…Parabéns p esse ser iluminado……c “SEU DEUS”,lindo, atuando em si …..
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